“A escritora Margaria Rebelo Pinto e a editora Oficina do Livro interpuseram uma providência cautelar no sentido de impedir a publicação do livro Couves & Alforrecas, Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto, no qual o crítico João Pedro George analisa a obra da autora de Não há Coincidências.”
Cara Margarida, estou solidário consigo. Apoio incondicionalmente a sua moção! O que esse senhor fez, não se faz!
Revelar os segredos recônditos da escrita de Margarida - permita-me a intimidade - é um ultraje! Um atentado! Impedir a publicação de tamanha afronta é escasso. Deviam queimar todos os exemplares de "Couves & Alforrecas" em praça pública!
Se por algum acaso ou clarividência, eu tropeçasse nessa verdade universal, nesse devir, que são os segredos da escrita de Margarida, faria um voto de silencio, cortaria a minha própria língua ou metia-me na banheira com uma torradeira eléctrica, antes de divulgar ao mundo tamanha revelação.
Para João Pedro George, a penosa tarefa de ler, reler, transcrever, passar a pente fino todas as subtis e as grosseiras incoerências desse riquíssimo ecossistema literário, não foi flagelo suficiente! Não contente com a sua própria comiseração, João Pedro George, resolve lança-la sobre todos nós na forma de “Couves & Alforrecas”.
Este senhor, para além de masoquista inveterado, revela um incomensurável sadismo e um total desprovimento de sentido de responsabilidade cívica.
Qualquer aspirante a escritor com menos escrúpulos seguirá a palavra de “Couves & Alforrecas” como se de uma bíblia se tratasse. Na busca do sucesso alcançado pela obra de Margarida, copiará as suas fórmulas, as suas personagens, o seu vazio, as suas repetições, as suas incoerências… Em suma, teremos uma multiplicação de Margaridas.
Digam NÃO às “Couves & Alforrecas”!
Texto escrito por: Bruno Candelária Santos.
Na leitura de Nietzsche na esplanada de um bar,
Fica a vontade imensa de quebrar barreiras.
Interrompe-se a leitura descuidada,
E inveja-se a alegria de outra caras
Estampadas em fileiras.
Da leitura de Nietzsche pesarosa
E da espera pela cara que há-de vir
No fim da espera, a determinada hora,
Nasce este conceito de ideias menos claras
Causando esta vontade de partir.
Com a leitura de Nietzsche desviada,
E os olhos perdidos pelo bar,
Aprendo as coisas a que os outros mais reagem,
E com a Verdade e a Mentira programadas,
Nasço da minha Tragédia Vascular.
(Lisboa, 13/11/98)
Nota Sobre o Título (Algo Vago):
Todos os poemas são abstractos. O concreto não existe na linguagem. Toda a poesia é subjectividade, divagação, absurdo. A poesia que faço é resultado do jogo linguistico de mim. A poesia de Shakespeare era resultado do seu absurdo subjectivo associado ao absurdo social de precisar de dinheiro para viver. Isso é concreto. Então, se A Mid Summer Night’s Dream ou Romeo and Juliet, etc., são resultado da fome de Shakespeare, do concreto do corpo, a poesia de Shakespeare é concreta. Não. Não devemos confundir a origem com a consequência. A origem concreta da fome de Shakespeare, deixa de existir como concreta na consequência da abstracção subjectiva que são os seus poemas. O mal social ou do corpo que obrigam o autor a escrever, nada têm a ver com… Por exemplo: Felicidade… Sonho da infância… abstracção completa da linguagem e de mim… Se num acaso eu disser que sou feliz… estou a mentir. Subjectivo, objectivo, abstracto, concreto, que me importa? Comprem o livro, façam-me rico, gastem dinheiro comigo, venerem-me: resolvam o problema da minha fome concreta: por comida, por glória, por dinheiro, por ovações, por mim, e a minha poesia é o que quiserem. Eu sou o que quiserem. POSSO SER O QUE QUISEREM, por inveja ou negação: Proxeneta, prostituta, poeta castrado… Não… não posso, afinal. Ser pelos outros é o supremo mal, ser pelos outros é… Se ao menos Ary soubesse que… Estar morto: A mais triste e confortável condição… Estar vivo: o seu contrário, A MINHA NEGAÇÃO.
P.S.: Agradeço a Lili Caneças, notável filósofa da Modernidade, a formidável lição há uns tempos pronunciada em público, em que clarifica (e com exemplar distinção e clareza) que estar vivo é o contrário de estar morto, não é?. É. De facto. Os críticos, de humor azedo e tacto agreste, não viram na pergunta a entoação retórica. Lili afirmou pela interrogação, levando o ouvinte a questionar-se. Este é já, aliás, um método antigo das filosofias. Depois de lavada a cara com uma plástica, Lili procura lavar a percepção das massas. Sócrates não tentou tanto, e foi grande, porque teve Platão a compreendê-lo. Mas Lili, não tem ninguém. Por este motivo, intervenho, eu, o admirador humilde e modesto, num esforço que espero não ser vão, de ser o platónico discípulo deste novo e inigualável Sócrates. Lili, pela sua unicidade absurda, merece a imortalidade. Por isso, eu, o taciturno escrivão das coisas e dos dias, venho, por meio deste post scriptum, fazer a apologia de quem mais a merece. A apologia de uma Imperatriz do saber, de uma Imperatriz do ridículo (todos os visionários são ridículos), de uma Imperatriz da estupidez (toda a inteligência é imperceptível aos olhos dos idiotas), de uma Imperatriz do desconhecimento (toda a sabedoria é vã perante os infindáveis segredos do gigantesco Universo). Por isso, eu venho registar na memória da Humanidade esquecida, esta figura imensa que é Lili Caneças. Sim, Lili, magestática figura da Verdade e da Ciência, divindade erótica e sublime que me ocupas as reflexões e os sonhos, EU DAR-TE-EI O MUNDO. E o Mundo é o Amanhã, a promessa do sempre, do depois, impondo-se perante os outros do Futuro. EU DAR-TE-EI A ETERNIDADE. Para tal, minha Raínha da Calamidade, minha sublime Dominadora do Nulo, do Vácuo, da Estupidez, não tens de esforçar-te, não tens de pagar-me, não tens de fazer absolutamente nada, senão isto, um pormenor, um detalhe, uma coisa ínfima, quase sem importância, mas fundamental, absolutamente indispensável (glorioso, impressionante paradoxo!): fecha os olhos. Não fales. Não fales nunca: a tua sabedoria infindável não deve nunca ser dita. Pega neste copo que te dou. Leva-o à boca que deve sempre, constantemente estar fechada. Abre-a apenas para isto: para o copo que te dou, humilde, inocente, admiravelmente. Abre-a, abre-a, mais, mais, mais, abre a maior boca que conseguires, abre-a como nunca a abriste até hoje, como nunca nenhum homem (e também tu és um homem, virago impressionante!) como nunca um homem antes de ti a abriu! E bebe, Lili, bebe de um só golo esse cálice, digno de um deus da tua dimensão! Bebe esse néctar do Olimpo como tanto deus igual a ti deveria beber, como tanto sábio como tu deveria tomar! Ah, Lili! Bebe, bebe, bebe essa cicuta!, e eu louvar-te-ei até me cansar…
Benfica vence Sporting por 1-0 a uma jornada do fim. Adeptos, numa histeria, entoam cedo demais as notas da Celebração. Hordas de formigas sobem pelas estátuas, povoam rotundas, buzinam nas ruas. Uma euforia delirante e fútil espalha-se como um presságio. Os Homens sem posses e sem esperanças, cansados e vencidos por uma estafa diária, cravam as unhas roídas nesta alegria vã. Talvez aqui a Fortuna, que tem o seu modo de brincar com os simples, não os desiluda: O Benfica será campeão. O Sporting vencerá a Uefa no seu próprio estádio. O país pára por inteiro e é de súbito uma nação perfeita: Portugal está no topo do Mundo!
Começa então a dança das bandeiras, como um baile de infelizes, a procissão dos incapacitados que corre as avenidas, enche as varandas e as janelas das casas, enfeita os automóveis, veste os corpos… De novo gritos de júbilo, palavras de ordem, os carros que fazem festa nos semáforos, as gentes que se falam como se fossem irmãs naquela hora, para não se conhecerem de novo na manhã seguinte: «Viva! Sou grande, sou o maior, sou português! Viva! Somos um povo completo! Estamos juntos!»
E passado o efeito desta espécie de álcool, regressar à miséria deste país lento que pede a toda a Europa (que digo eu?!, ao Mundo!) a dignidade vital para existir… (Lisboa, 14/05/05)
Observei hoje, isto é, ontem, um curioso acontecimento:
Por mero acaso, fortuitamente, pude achar, com os meus olhos de lince, em certa livraria de Lisboa, cujo nome, por pudor, não menciono, o nosso distinto ministro da Admnistração Interna, o Exmo. Sr. Dr. (e eventualmente Professor) António Costa. Ele, tentando, eu bem vi!, ser escorregadio e discreto, veio adquirir comercialmente (um preciosismo linguístico com que pretendo dizer comprar), um guia... não, não político, não económico, não jurídico, não laboral, não admnistrativo, não interno, mas... turístico... para (pasme-se!, ericem-se os cabelos e as espinhas!, caiam os pêlos!)... o Egipto.
Selvagem! Cão tinhoso! Como é isto possível?!
Eu fiquei, confesso, cabisbaixo e parvo. A perplexidade amarrou-me, deixou-me paraplégico, imbecil...
Pois então, pensei eu, o povo aperta o cinto e o ministro passeia?
Mas logo, arrependido, considerei:
«Disparate! Que má língua! Com certeza que o ministro ia em trabalho, em negócios de Estado, em nome do páís! »
Talvez... Mas porque era, então, o guia, turístico?
«Francamente, Miguel! Era um presente!»
Talvez... Mas porque não pediu para embrulhar?
«Mas ora essa! Fazia um favor a outrém!»
Talvez... Outrém que não pôde ir comprá-lo porque estava, por certo, a trabalhar. Que fazia então o ministro, alí, naquele lugar, em hora de expediente?
«Convenhamos: um ministro é uma pessoa normal. Tem direito à vida privada»
Talvez... mas confesso que ainda lhe vejo uns tentáculos marcianos que me apoquentam de noite e não acredito na privacidade em hora de trabalho. O marciano devia estar a defender os interesses dos terráqueos que jurou defender. Porque não estava ele a trabalhar?
O arrependimento calou-se e o meu eu social e consciêncioso não achou justificação que me desse.
Postas, assim, as dúvidas, e dadas as respostas, não me resta mais que concluir:
Senhor ministro, o senhor é um facínora!
Com que direito?!
E arremeto contra ele, em privado, com insultos do cariz mais feroz...
(...)
Agora, mais calmo, acrescento:
Senhor ministro, perdoe-me se o injusticei ou difamei. Longe de mim tal intenção:
O Gume não busca mais do que a verdade.
Mas eu sei que o senhor me compreende. Afinal, por experiência, o senhor sabe bem melhor do que eu que não se pode confiar num político. Se não é impossível, por rejeição natural do corpo e da mente que lhe está associada, será, pelo menos, suicida. Não é verdade?
Esclarecidos que estamos, não me resta mais do que saudá-lo:
Bem haja e boa viagem!
E traga de lá umas lembranças para o povo português!
Que tal, por exemplo, à falta de melhor, um pequeno alaúde e um saquinho de areia, para disfarçar, com boa música (e deitando boa areia para os olhos clarividentes) a lástima infeliz do seu governo?
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O Manifesto do Segundo Gume
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Os Gumes dos Outros
A Arte da Fuga (António Costa Amaral e Adolfo Mesquita Nunes)
Abrupto (José Pacheco Pereira)
A Causa Foi Modificada (Maradona)
Albergue dos Danados (Anónimo)
A Montanha Mágica (Luís Miguel Dias)
A Natureza do Mal (André Bonirre)
And Now For Somsen Completly Different (Miguel Somsen)
Antecâmara (João André Farinha)
A Origem das Espécies (Francisco José Viegas)
Apostos (Alexandre Soares Silva)
As Aranhas (Luís Miguel Oliveira)
A Terceira Noite (Rui Bebiano)
Avatares de um Desejo (Bruno Sena Martins)
Bibliotecário de Babel (José Mário Silva)
Blogo Existo (Joao Pinto e Castro)
Beluga Fresca (Augustus Schadenfreude)
Blue Lounge (Rodrigo Adão Fonseca)
Bomba Inteligente (Carla Hilário de Almeida Quevedo, a.k.a. Charlotte)
Complexidade E Contradicção (Anónimo)
Contra A Corrente - O McGuffin (Carlos do Carmo Carapinha)
Da Literatura (Eduardo Pitta e Joao Paulo Sousa)
Deserto de Almas - Onde Há Devastação Há Oportunidade (Pri)
E Deus Criou A Mulher (Miguel Marujo)
Há Vida em Markl (Pelo Próprio Markliano)
Hoje Há Conquilhas, Amanha Nao Sabemos (Tomás Vasques)
Homem A Dias (Alberto Gonçalves)
Janela Indiscreta (Pedro Rolo Duarte)
La Marge Brute (Clément Oubrerie)
Life And Opinions Of Offely, Gentleman (Gustavo Offely)
Listening 2 Dragons (Silmarien)
Melancómico (Nuno Costa Santos)
Mel Com Cicuta (Laura Abreu Cravo)
O Avesso do Avesso (Filipe Moura)
O Blog das 3 Alminhas (Pelas 3 Ditas...)
O Blog do Desassossego (Leididi)
O Bom, O Mau e O Vilao (Vários)
Life is a Masterpiece (Miss K.)
O Melhor Blog do Universo (Juvenal)
Sete Vidas Como Os Gatos (Rui Vasco Neto)
O Senhor Comentador (Carlos Quevedo)
Pastoral Portuguesa (Rogério Casanova)
Pedro Rolo Duarte (Pelo Próprio)
Portugal dos Pequeninos (Joao Gonçalves)
O Cachimbo de Magritte (Vários)
Read Me Very Carefully, I Shall Wirte This Only Once (Plim)
Rui Zink Versus Livro (Rui Zink Versus Si Próprio)
O Regabofe (Miss Woody & Miss Allen)
Sem Pénis Nem Inveja (Teresa C.)
Traduçao Simultânea (Nuno Majorscobie)
Tenho Uma Amiga Que... (De Amiga Por Ser Anónima ou Anónima Por Ser Amiga ou Uma Coisa Assim...)
Terapia Metatísica (Filigrana)
Voz do Deserto (Tiago de Oliveira Cavaco)
Um Ovo A Cavalo (Site de Design e Publicidade de Álvaro Carrilho et Allii)
The Heart Is a Lonely Hunter (Pedro)
Vontade Indómita (Anónimo Indómito)
We Have Kaos In The Garden (Kaos)
Welcome to Elsinore (Carla Carvalho a.k.a. Carla de Elsinore)